- Ano: 2016
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Fotografias:Christian van der Kooy
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Fabricantes: Krepla, Zwarthout
Descrição enviada pela equipe de projeto. Um denso bosque se abre a um vale de dunas e nele a luz do sol projeta sombras de galhos e folhas contra os troncos das árvores. Na paisagem longínqua um jogador de golfe caminha através do vazio surreal. Este entorno único - de árvores, luzes e dunas - influencia no desenho da "Residência Meijendel" de tal maneira que parece ter esculpido a obra.
A residência de concreto é constituída literalmente nas dunas. A entrada está localizada no nível intermediário onde há um estúdio e dois dormitórios. O próximo nível se abre a uma enorme sala de estar e cozinha e, no térreo estão localizados o dormitório principal e uma sala de relaxamento. Além disso, encapsulada na duna, estão a garagem e uma sala técnica. A construção de concreto estabelece o caráter vigoroso da casa.
Fazendo referência a paisagem virgem se utiliza concreto aparente, madeira natural e carbonizada além de peças em alumínio anodizado sem polimento. Um tipo específico de madeira, que cresce nas zonas costeiras, é utilizado para o interior da residência. A carbonização, influenciada pela tradição japonesa, conserva a madeira de uma maneira particular. A fachada enegrecida parece mudar de acordo com a incidência de luz.
Em certas ocasiões, a residência se torna praticamente invisível contra a borda escura do bosque ou brilha na luz do sol devido a madeira carbonizada, formando um fundo com o jogo de sombras dos galhos. A residência se esconde e se revela na paisagem.
A regulamentação urbana estipulava que somente se poderia construir um pequeno e compacto volume neste terreno relativamente estreito. Portanto, a casa está semi-enterrada em uma duna alta, criando um efeito de experimentação de maneira diferente em cada fachada. Este gesto é reforçado pelo contraste entre as fachadas abertas e fechadas. A diferença de altura da duna e os diferentes níveis de divisão dentro da residência criam interessantes relações espaciais e visuais desde os espaços interiores até a paisagem das dunas circundantes.
Cada abertura foi moldada, dimensionada e colocada de uma maneira determinada de acordo com as funções associadas a cada espaço e sua relação com as árvores, a luz e a duna. Desde a sala, situada no nível superior, há uma vista impressionante sobre o vale de dunas em frente a casa, mas, através de uma janela de baixa altura, é possível ver o bosque na parte posterior. Além disso, as claraboias proporcionam efeitos de luz especiais.
O banheiro está semi-enterrado no solo e possui uma janela ao longo da inclinação da duna, gerando uma vista sobre a areia e a grama. O dormitório principal está situado ao lado do jardim. A mudança na madeira carbonizada e nas aberturas na fachada criam uma área de amortecimento que proporciona refúgio. Através da abertura entre os troncos escuros, a piscina e o denso bosque são visíveis.
O projeto foi concretizado através de um intenso diálogo entre o arquiteto e o cliente. A sustentabilidade e a materialidade prevalecem: a residência é neutra em termos energéticos, devido ao uso de painéis solares, bombas de calor e a estrutura monolítica de concreto. Cada detalhe, como a maceta da porta e as escadas, é pensado e desenhado com precisão.
O resultado do projeto é uma espécie de cabana totalmente integrada na paisagem e com uma forte conexão entre os espaços interiores e o entorno imediato. Árvores, luz e dunas esculpiram esta notável residência.